As técnicas psicanalíticas são aplicadas em uma abordagem terapêutica para buscar compreender o funcionamento da mente humana, especialmente o inconsciente — origem dos problemas psicológicos.
Todas as pessoas psicanalistas utilizam essas técnicas para realizarem seu trabalho, como Freud estabeleceu na construção da psicanálise.
Ao longo dos mais de 125 anos da psicanálise, essas técnicas se mostraram eficazes na cura dos pacientes em sofrimento psíquico, portanto, até hoje são aplicadas.
Conheça as quatro principais técnicas psicanalíticas que embasam o trabalho da sua psicanalista.
Principais técnicas psicanalíticas
- Associação livre
A associação livre consiste em falar livremente o que vem à mente, com espontaneidade, ou seja, sem selecionar os pensamentos que serão relatados.
Portanto, essa técnica psicanalítica encoraja o indivíduo a simplesmente verbalizar o que está pensando no momento presente.
Ao falar sem planejar o discurso, a pessoa consegue expressar melhor seu inconsciente, pois não está buscando racionalizar o discurso.
Dessa forma, o indivíduo não edita o que vai falar, consegue relatar exatamente o que está passando em sua mente e é justamente isso do interesse do processo psicanalítico — aquilo que você não consegue expressar livremente devido à censura (própria e social).
A psicanalista pede a paciente para falar exatamente o que está pensando, por mais desconexo e sem sentido que pareça ser, pois nunca é.
Contudo, associação livre não é somente falar o que vir a mente, é, de fato, associar as ideias que surgem, formando uma compreensão e elaboração dos conteúdos relatados.
2. Atenção flutuante
Cabe a psicanalista escutar tudo o que a paciente diz, portanto, não deve selecionar determinados conteúdos verbalizados, precisa considerar a integralidade do discurso.
Afinal, todo e qualquer elemento falado pode ser uma manifestação do inconsciente — principal objeto de trabalho da psicanálise.
Em suma, essa técnica psicanalítica consiste em prestar atenção em tudo o que a paciente está dizendo, mantendo uma atenção que flutua por todo o discurso, para captar todos os elementos.
3. Interpretação
O objetivo principal da terapia psicanalítica é a interpretação, ou seja, ajudar a paciente a reconhecer e integrar conteúdos inconscientes que estavam reprimidos e que estão na origem dos seus conflitos psíquicos.
Dessa forma, é possível elaborar e ressignificar esses conteúdos que não foram acolhidos anteriormente e por isso causavam sofrimento, mas estavam sempre tentando se manifestar de diversas maneiras, influenciando a vida do indivíduo.
Ao dar um lugar de fala a esses conteúdos, é possível compreendê-los, eliminando ou reduzindo os impactos que causavam.
Isso ocorre através do processo de dedução, no qual a psicanalista analisa o discurso da paciente e a partir da interpretação lógica revela o significado simbólico manifesto pelo inconsciente.
4. Análise dos sonhos
Conforma as técnicas psicanalíticas, os sonhos expressam simbolicamente os conteúdos inconscientes.
Muitas vezes, os indivíduos têm sonhos perturbadores ou recorrentes, que causam certos desconfortos, como insônia ou medo, por exemplo.
Isso porque revelam sentimentos ou desejos incompatíveis com a realidade, ou que não podem ser expressos devido à censura, por serem moralmente inaceitáveis.
Sendo assim, ao escutar a paciente narrando um sonho, a psicanalista analisa esse discurso para interpretar seu significado simbólico.
Dessa forma, é possível compreender o que esses conteúdos querem expressar e então integrá-los a consciência.
Para auxiliar a paciente nesse processo, a psicanalista estimula a associação livre do sonho.
REFERÊNCIA: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol. I ao XXIV. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
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